Em uma conversa recente com uma pessoa muito querida, debatíamos sobre política e sobre como a humanidade insiste em cometer os mesmos erros, foi quando recebi a indicação desse livro e que leitura empolgante e curiosa.
Sempre questionei o porquê das coisas... quero dizer... por que que cadeira é cadeira e não se chama mesa? Por que laranja chama laranja e limão não se chama verde ( ~eu sei... piada sem graça lol)... a medida que crescia, meus questionamentos tornaram-se mais carregados de crítica... por que a história retratava alguns heróis com anarquistas e alguns bandidos como mártires? ... quero dizer, sentia ser impossível que a história como conhecemos, ser fruto da imparcialidade e não de manobras daqueles que detinham o poder.
Também sempre me pareceu que as pessoas reclamam demais do passado, do presente e do futuro (como humana sou, não sou exceção). Inclusive na conversa que estávamos tendo, eu falei o quanto me preocupava e me chateava com a situação do nosso país, foi quando ouvi a seguinte frase: "Não se chateei, ..., as pessoas evoluem devagar...". Frase simples, mas suficiente para fazer o meu cérebro fértil exigir uma nova série de mudas.
O mais interessante desta obra é não é que ele tenha uma visão exacerbadamente positivista, mas nos faz questionar os motivos para esse pessimismo...
Chamou minha atenção o fato desta obra ter sido escrita entre o fim da 2ª guerra mundial e o desenrolar da guerra fria, ele (EHCarr) pode observar o momento de euforia otimista após a recuperação pós guerra até uma visão depressiva como o "anúncio silencioso" de uma Hecatombe Nuclear. Medo que talvez muitos agora estejam sentindo (EUA e Coreia do Norte), mas com fatos e provas, ao invés do velho discurso apocalíptico, ... somos convidados a analisar o número vergonhoso de pessoas que investiram em construção de abrigos antinucleares por exemplo.
No segundo capítulo, Carr parece questionar a imparcialidade história, ao mostrar que é impossível para o historiador se afastar de seu objeto de estudo.
Os Capítulos que mais gostei foram os IV e V. Por quê o homem comete os mesmos erros? Por quê as coisas acontecem da forma que acontecem? Por quê a história do meu país é retratada da forma que é? Por quê da história?
A história é flexível! É Suscetível.... me fez lembrar de um discurso maravilhoso de uma das minhas escritoras favoritas Chimamanda Ngozi (deixarei o vídeo no final deste post) do perigo de uma única história. O livro em sua trajetória final (que finalizei há pouco) nos sugere esse "alargamento do Horizonte" ou seja a ampliação dessa visão das possíveis múltiplas interpretações ou ao menos de novos dados, novas investigações... afinal... o lobo será sempre mal se você só escutar a versão da chapeuzinho vermelho haha.
Antes de encerrar o post, quero agradecer a essa pessoa que me indicou este livro que me encheu de otimismo quanto ao passado, presente e futuro e que mesmo que em passos lentos, a humanidade está caminhando e não somente em círculos haha. Agradeço também nesse post a Maria Antônia e Luiz, dois dos melhores professores que já tive, em breve escreverei um post com mais detalhes sobre eles, mas agradeço por terem despertado em mim o senso crítico ao invés do comodismo da massa. Obrigada mestres, o Luiz infelizmente não pertence mais ao nosso mundo e certamente se ainda aqui estivesse, não lembraria de mim e essa é a graça em ser professor, mudar vidas, de pessoas que você nem lembra mais.
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