Hoje em minha sessão com meu psicólogo lembrei deste blog... quanto tempo não escrevo por aqui.
Vontade de escrever, até tive várias vezes, mas a "correria" não me permitiu.
A correria que me refiro, não é a correria do dia a dia, mas sim da minha mente.
Ao reler alguns textos antigos, achei que iria ver o quão "boba" eu era, ao invés disso, me assustei.
Como diria Elis, "ainda somos os mesmos" ... Percebi há quanto tempo luto para me sentir feliz e me entender.
Muitas pessoas dizem que o mundo está muito barulhento, mas é porque não podem ouvir os meus pensamentos. Agora mesmo escrevo com Murilo Moraes tocando ao fundo, só assim consigo calar os gritos internos e consigo "falar".
Aqui... pra mim mesma, pra ninguém, pra alguém.
Que loucura, às vezes só vêm palavras soltas. E assim é minha mente, um tsunami de pensamentos que lutam para serem ouvidos e que os ec
os chegam nas pontas dos dedos enquanto digito.
E se nada der certo? Não seria melhor simplesmente desistir, abandonar...
Mas algo me prende... o que? Sei lá? Às vezes quero muito viver tudo, ao mesmo tempo que tenho medo.
Medo de perder minha mãe, medo de envelhecer, de adoecer, de viver.
Não sou suicida (ao menos nessa encarnação) porque até pra isso me falta coragem. O medo da consequência espiritual.
Às vezes só me sinto cansada de ser eu. Eu queria ser ativa, mais feminina, mais calma, mais paciente, mais estável.
Se eu falasse 1/3 dos meus pensamentos, já estaria em encontros semanais em algum CAPS (nada contra, por sinal).
Veja... esse é meu problema, tenho tantos pensamentos aleatórios.
Penso e me julgo, me justifico.
A minha inconstância é a única coisa constante. Além do meu talento em encontrar 11 problemas para 10 soluções.
Me dá preguiça de ouvir todos esses pensamentos, então me entorpeço com ocupações. Ao mesmo tempo que meu corpo não responde mais como antes. Meu cérebro quer muito, meu corpo não. Nunca sou boa o suficiente pra mim mesma.
Olho no espelho e o que vejo não é só um reflexo, mas às vezes uma estranha.
-"Você se reconhece? Sabe que é você?" — pergunta meu psicólogo.
-"Sim, eu acho. É uma pergunta complexa essa de saber quem somos, não é?"
Meu cérebro e minha mente não entram em acordo e daí talvez venha essa sensação de que "eu" do espelho às vezes parece tão diferente.
Sinto esse sufocamento de pensamentos e escrevo, aí como a calmaria depois da tempestade, tudo vai aliviando um pouco.
Não os pensamentos, esses nunca vão embora.
Mas a falta de energia em andar por aí é substituída pelas palavras escritas.
Ao aliviar um pouco e esvasiar um pouco o copo, me distraio novamente.
"Is it a bird or a plane?"
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