sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Livro: O que é história? de EHCarr

Em uma conversa recente com uma pessoa muito querida, debatíamos sobre política e sobre como a humanidade insiste em cometer os mesmos erros, foi quando recebi a indicação desse livro e que leitura empolgante e curiosa. 
Sempre questionei o porquê das coisas... quero dizer... por que que cadeira é cadeira e não se chama mesa? Por que laranja chama laranja e limão não se chama verde ( ~eu sei... piada sem graça lol)... a medida que crescia, meus questionamentos tornaram-se mais carregados de crítica... por que a história retratava alguns heróis com anarquistas e alguns bandidos como mártires? ... quero dizer, sentia ser impossível que a história como conhecemos, ser fruto da imparcialidade e não de manobras daqueles que detinham o poder.
Também sempre me pareceu que as pessoas reclamam demais do passado, do presente e do futuro (como humana sou, não sou exceção). Inclusive na conversa que estávamos tendo, eu falei o quanto me preocupava e me chateava com a situação do nosso país, foi quando ouvi a seguinte frase: "Não se chateei, ..., as pessoas evoluem devagar...". Frase simples, mas suficiente para fazer o meu cérebro fértil exigir uma nova série de mudas. 
O mais interessante desta obra é não é que ele tenha uma visão exacerbadamente positivista, mas nos faz questionar os motivos para esse pessimismo... 
Chamou minha atenção o fato desta obra ter sido escrita entre o fim da 2ª guerra mundial e o desenrolar da guerra fria, ele (EHCarr) pode observar o momento de euforia otimista após a recuperação pós guerra até uma visão depressiva como o "anúncio silencioso" de uma Hecatombe Nuclear.  Medo que talvez muitos agora estejam sentindo (EUA e Coreia do Norte), mas com fatos e provas, ao invés do velho discurso apocalíptico, ... somos convidados a analisar o número vergonhoso de pessoas que investiram em construção de abrigos antinucleares por exemplo. 
No segundo capítulo, Carr parece questionar a imparcialidade história, ao mostrar que é impossível para o historiador se afastar de seu objeto de estudo.  
Os Capítulos que mais gostei foram os IV e V. Por quê o homem comete os mesmos erros? Por quê as coisas acontecem da forma que acontecem? Por quê  a história do meu país é retratada da forma que é? Por quê da história?  
A história é flexível! É Suscetível.... me fez lembrar de um discurso maravilhoso de uma das minhas escritoras favoritas Chimamanda Ngozi (deixarei o vídeo no final deste post) do perigo de uma única história. O livro em sua trajetória final (que finalizei há pouco) nos sugere esse "alargamento do Horizonte" ou seja a ampliação dessa visão das possíveis múltiplas interpretações ou ao menos de novos dados, novas investigações... afinal... o lobo será sempre mal se você só escutar a versão da chapeuzinho vermelho haha. 
Antes de encerrar o post, quero agradecer a essa pessoa que me indicou este livro que me encheu de otimismo quanto ao passado, presente e futuro e que mesmo que em passos lentos, a humanidade está caminhando e não somente em círculos haha. Agradeço também nesse post a Maria Antônia e Luiz, dois dos melhores professores que já tive, em breve escreverei um post com mais detalhes sobre eles, mas agradeço por terem despertado em mim o senso crítico ao invés do comodismo da massa. Obrigada mestres, o Luiz infelizmente não pertence mais ao nosso mundo e certamente se ainda aqui estivesse, não lembraria de mim e essa é a graça em ser professor, mudar vidas, de pessoas que você nem lembra mais. 


segunda-feira, 2 de outubro de 2017










Montanha Russa


Tenho a impressão que só busco este blog quando os monstros da ansiedade e depressão despertam para alimentar-se, talvez por isso esse espaço é tão terapêutico para mim. Sempre que esses momentos terminam, eu penso:  O que foi aquilo? Exagero de uma pessoa desocupada? UAU! Que loucura, estava muito doida, acho que foi TPM. 

Assim eu vou levando, tratando os sintomas e esquecendo da doença... Em dias como hoje, me sinto terrivelmente só, tenho uma personagem que sorri, que é livre, que é tudo que eu quero ser, mas a depressão é uma amiga cruel que me abraça tão forte, que sufoca até meu choro. Dói... como a dor de perder um ente querido... meu peito torna-se pequeno pra tanta mágoa. 
Aqui vou eu em um dos meus momentos de auto piedade... As pessoas dizer: faça exercícios... bem eu tento, mas as vezes não tenho forças para sequer abrir os olhos.... as pessoa dizem: saia com seus amigos... encontre uma religião.... eu tentei... elas não entendem que não é uma escolha... o quanto eu luto com esse sentimento de vazio. 

É irritante eu sei... lidar com pessoas como eu em seus momentos de crise... não quero ser um fardo, por isso me calo... me afasto... me isolo... me camuflo... se eles acharem que estou bem, quem sabe eu realmente não possa ficar... eu não tenho paciência comigo mesma, porque eles deveriam? 

Tenho medo de escrever .... para que viver? essa pergunta ecoa de novo e de novo e de novo na minha cabeça... eu não tenho medo da morte, eu tenho medo de viver.... 

Daqui a pouco o monstro acalma-se e eu sentirei vergonha desses pensamentos... 
Me sinto sozinha, mas sei que sou eu quem afasto as pessoas... quero sair, mas quero ficar em casa.... quero ser amada, mas não quero amar.... ah minha frágil sanidade... 
Tenho que me conter, pois nesses momentos os monstros gritam... a música não os fazem calar-se, os risos das outras pessoas os deixam irritados... 
O que mais eu posso fazer?eu já procurei ajuda, já tentei encontrar Deus, já mudei a minha vida de uma forma que ninguém em sã consciência entenderia...  o que mais eu posso fazer pra essa dor e esse vazio ir embora? Não quero piedade, não quero atenção... Na verdade me sinto péssima por ser tão egoísta em dias como esses onde tudo que quero é lamentar minha solidão... 

Quero que esse monstro vá embora... a felicidade parece algo tão distante, tão utópico...Que eu possa sobreviver por hoje... alguns vídeos refletem exatamente como estou me sentindo hoje... ou há muito tempo... escolha um ou nenhum... é uma montanha russa (sobre)viver assim... 
Mas quero agradecer ao último vídeo por me fazer acalmar o monstro e voltar a minha sanidade...




FADED

Here I stand; fighting again with my depressed thoughts. I ask myself why can't I feel happy?  Why do I feel this emptiness inside of m...